O Pote de Ouro
Conta-se há muitos anos, apareceram em Paranaíba, um velho quase ancião e uma jovem bela e formosa, sua neta. Carregavam em suas bagagens, um saco cheio de moedas e pepitas de ouro. Talvez fruto de seu trabalho nas lavras de Cuiabá. Cansados, sujos e maltrapilhos, resolveram passar uma temporada em nossa cidade.
Para fugir dos curiosos, procuraram um lugar bem alto para fincar seu rancho. Lugar onde poderiam observar a movimentação dos moradores. Avô e neta encontraram este lugar onde hoje é localizada a Rodoviária. O velho sem condição de viajar, doente e alquebrado. Foi-se amofinando. Prestes a morrer, pediu a neta que enterrasse a sacola com o ouro, para que, ninguém pudesse roubar-lhe.
— Disse-lhe ainda, com esse ouro você viverá e terá sua velhice garantida. Assim feito, passado alguns dias, o velho foi sepultado. A noticia correu. A jovenzinha nunca mais saiu de casa com medo de ser saqueada em seu tesouro. Sempre que alguém descia ao Poço da Espuma (local do cruzamento do córrego Fazendinha com a rua Coronel Carlos) via a donzela com sua formosura, no vão da pequena janela da frente do casebre, como sentinela do tesouro. Alguns anos depois, a jovem desapareceu por encanto.
A partir daí, todos que passavam pelo Poço da Espuma, trafegava na estrada rumo ao córrego Lambari, depois das 10 horas da noite, viam a jovem vestida de branco, chamando-os para ir ajudá-la a desenterrar o tesouro. E assim, passaram se os anos, e as lendas ficando como estórias de um passado remoto…
Folclore é um conjunto de realizações da cultura popular. São historias fantásticas com personagens lendários, transmitidas de geração em geração. O medo, a religião, a tradição, fizeram com que o homem simples, acreditasse nas : superstições, bruxarias, mitos, brincadeiras etc. E a característica principal é : Ser anônima. Ninguém sabe quem contou a primeira vez, mas, afirmam que foi verdade. O acontecido sempre foi com pessoas do lugar. Com a separação do Estado de MT, as poucas que tinham foram levadas para Cuiabá.
por Flora Fonseca da Silva