Dia de Jogo : Meu pai dá um show
Em dia de jogo
Já acordo ansioso…
E pra não dar sorte ao azar,
tudo quanto é promessa
estou disposto a pagar…
O time então entra em campo…
Nessa hora a casa toda eu tranco
Deus me livre a campainha tocar,
isso é sinal que a coisa pode derrocar…
O juiz assopra o apito
e é aí que eu começo a ficar mais aflito.
O tempo parece não passar
e a bola eu fico querendo
pro gol assoprar…
É muito sofrimento,
grito, xingo e gemo…
Danado do jogador não me escuta…
perco a calma, é tudo filho “da mula”…
Já virei a camiseta,
e até do avesso também já pus a meia…
Quem sabe é assim
que ao gol a bola segue enfim…
Já ruí toda a unha,
desesperado, acabrunhado,
quando já nem supunha
que o inesperado,
por mero acaso,
acontecesse…
e o lateral uma bela jogada batesse…
Foi o que bastou
E o resto foi só show…
Atacante decolou
e com um drible glorioso
deu aquele chute magestoso…
E bola na rede é…Gollll!!!!
Em casa até a parede tremeu
com o grito estrondoso meu…
Da garganta o grito profundo
fez com que a família, assustada,
corresse toda para o fundo…
A vizinhança só na espreita
a duvidar se minha sanidade
está perfeita…
Não tem jeito não…
Em dia de jogo
perco mesmo a razão
faltando muito pouco pra eu ficar louco!!!
Marilu Menezes, para meu pai Élio Robalinho Pereira, torcedor fiel, fanático e apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube